terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Entrevista com o Professor Emerson

j.ifc: Como foi seu primeiro dia de aula no Câmpus?
P. Emerson: Olha, foi bastante interessante trabalhar com o ensino médio, aliás, a primeira vez que trabalho com o ensino médio; sempre trabalhei com o ensino superior. Ver esses alunos querendo conhecimento e passando por uma fase de transição em suas vidas... Uma fase bastante agitada da sua vida... Foi muito interessante.

j.ifc: O senhor fica inseguro quando está para conhecer uma nova turma?
P. Emerson: Bom, faz 20 anos que eu leciono, é tempo...Eu não fico mais inseguro, faz um bom tempo que eu chego na sala de aula, me apresento e começamos a interagir com o objetivo de passar conhecimento.

j.ifc: Gosta do que faz?
P. Emerson: Gosto, me realizo. Tive oportunidade na vida, todos nós temos, de seguir outras atividades profissionais, inclusive assim que me formei na faculdade, eu e mais dois colegas montamos uma empresa de desenvolvimento de software e um ano depois eu saí da empresa porque segui um outro caminho, mas ela existe até hoje e meus dois colegas já estão se aposentando nesta empresa que é deles... A gente tem várias oportunidades, mas eu me identifico como professor.

j.ifc: Qual é o melhor e pior ponto da sua profissão?
P. Emerson: O melhor ponto é notar que os alunos aprenderam... Quando avaliamos os alunos, em sala de aula, quando fazem perguntas.. Não precisa ser necessariamente avaliação estilo prova para saber que os alunos aprenderam... O melhor ponto é este. E o pior, por incrível que pareça, por coincidência, é a separação, que os alunos vão ou a gente vai, como é o caso, né!? Mas é a vida, e a vida é assim.

j.ifc: O que influenciou a escolha da sua profissão?
P. Emerson: Olha... Como disse, quando me formei eu não pensava em ser professor, aliás, enquanto aluno eu nunca pensei em ser professor... Nunca pensei mesmo. Depois de mais ou menos 4 anos de atividade profissional, á título de brincadeira, para preencher horário, eu comecei a lecionar na faculdade.. E gostei, vi que era legal, que era muito bom... Eu gostava do que fazia em outros empregos, mas como professor eu me realizei, então, me dei conta de que fui feito para ser professor. Ás vezes a gente nota.. "Aquele profissional gosta do que faz!", e eu me sinto assim.

j.ifc: O senhor indica sua profissão para nós, adolescentes?
P. Emerson: Indico, mas eu sempre digo o seguinte: "Tentem fazer, tentem ser professor, porque ser professor é uma missão, e as pessoas tem que gostar... Não é para qualquer um ser professor."... No entanto, como aconteceu comigo, ás vezes as pessoas tem o dom para ser professor, tem o dom para lecionar, mas não sabe que tem esse dom... É como eu disse, eu não queria ser professor.. Por isso eu recomendo que os adolescentes tentem lecionar, tentem dar uma aula ou duas para que possam chegar a conclusão: "Eu fui feito para isso ou não.".

j.ifc: Porque o senhor está saindo da escola?
P.Emerson: Por questões familiares... Minha esposa e meu filho moram em Passo Fundo, e minha esposa também trabalha no Instituto Federal lá do Rio Grande do Sul.. E eu passo minha semana aqui e minha família lá.. Eu sinto muita falta deles e vice-versa.

j.ifc: O senhor vai para que escola lá?
P. Emerson: Vou para a escola de Sertão, que é uma escola próxima de Passo Fundo, que fica a 20 km da cidade.. É uma escola do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, vou continuar exercendo as mesmas atividades que exerço aqui e continuo na rede de Institutos Federais...

j.ifc: O que achou do tempo que passou aqui?
P. Emerson: Eu gostei da cidade, gostei do povo... Sobre os alunos que eu tive em decorrer deste tempo todo; e eu lecionei para todas as turmas daqui de informática, até mais de uma matéria, e também para  turmas de segurança de trabalho; eu notei que o povo quer aprender e são educados.. E sentem muita falta daquela intimidade maior entre o professor e os colegas, então, para mim, foi muito fácil trabalhar com os alunos, porque eles queriam aprender e me deixavam ensinar...

j.ifc: Quais amigos daqui que o senhor vai levar para toda a vida?
P. Emerson: Olha.. Amigos a gente não esquece. As pessoas que passam por nós, nós não esquecemos. Há alunos e professores aqui que eu não vou esquecer porque fizeram parte da minha história... Então, eu não consigo indicar nenhum correndo risco de esquecer algum, então prefiro não nomeá-los.

j.ifc: Quais as lembranças boas e ruins que vão ficar com o senhor daqui?
P.Emerson: Boas são os alunos, não vou esquecer... E, ruins, daqui do Instituto, nenhuma... Mas chove muito aqui em Videira, né!? Nossa Senhora! Se eu for levar alguma lembrança de Videira é essa... Chuva!

j.ifc: Qual a impressão que o senhor acha que deixou nos alunos?
P. Emerson: Bom, não sei... Eu tentei ensinar o melhor possível... Tentei ensinar uma parte técnica extremamente difícil... Minha matéria é uma matéria que requer mudar a forma de pensar dos alunos, é um raciocínio lógico.. E espero que os alunos tenham aprendido, porque quem seguir a área de informática terá que usar esse raciocínio.

j.ifc: O que o senhor espera da nova escola?
P. Emerson: Ainda não me fiz essa pergunta... Até porque eu gosto de surpresas.. Eu não espero nada diferente do que eu tenho aqui, porque está bom demais. Então.. Vamos ver, vamos esperar... Espero que dê tudo certo.. Que o convívio com os alunos e colegas de trabalho seja tal qual eu tenho aqui.. E, bom, só o fato de estar trabalhando com a minha esposa já vai valer a pena... Ela também é professora de informática, a gente vai poder estar na mesma sala... Eu espero que ocorra tudo bem.

j.ifc: O senhor está ansioso para voltar para a sua cidade?
P. Emerson: Na verdade eu volto para lá toda semana.. Eu venho na segunda-feira para cá e volto na quinta ou sexta... Eu não me sinto ter saído de lá.. Ansioso para voltar eu não digo, para mim é normal.

j.ifc: Qual é a origem do FUAQ?
P. Emerson: (risos) Ajudar aluno a economizar caderno... Bom, de onde vem eu não sei. Na universidade onde eu vim os professores de algoritmos lá já falavam... Como eu era professor de algoritmos eu também passei a falar...



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